Minha experiência ao Monte Sinai, uma simbologia sobre a vida – 19/03/2023 - Egito
- Fernanda Priminini
- 1 de dez. de 2024
- 5 min de leitura
O Monte Sinai é cenário de várias passagens bíblicas. Foi no Monte Sinai que Deus se revelou a Moisés e estabelecendo uma aliança com o povo de Israel como nação.
Está situado no sul da península do Sinai, no Egito. Esta região é considerada sagrada por três religiões: judaísmo, cristianismo e islamismo.
Quando programei a viagem para Israel e li na descrição sobre o Monte Sinai, estava decidida que iria subir. Busquei vídeos no Youtube para entender como seria essa subida, e alguns eram meio desanimadores, mas dentro de mim algo dizia, vai! Assisti aos vídeos, mas não tive muita noção do que seria essa subida.
Um dia antes da subida o guia dá as instruções sobre como será a subida, e confesso que foi desanimador. Para ter uma ideia das 44 pessoas no grupo, cerca de 15 subiram.

Saímos do hotel meia-noite e em 10 minutos lá estávamos nós entre grandes montanhas, mas a escuridão era tanta que só era possível ver a base de tudo (isso foi uma grande vantagem).
Como tudo na vida que começamos, tinha muita empolgação, muita conversa, muitas risadas. Mas conforme fomos adentrando a montanha, as conversas foram diminuindo, as risadas também e a respiração ofegante começa a ser o som mais presente, além do silencio. E então, o que no início era um grupo, aos poucos vai se desfazendo, alguns avançam escuridão adentro e eu fui ficando, meus passos começaram a ser mais lentos e sempre observando o chão para ver onde andava, pois o terreno era propício para uma torção ou escorregar.
Na primeira parada de 1km eu ainda estava disposta, muito empolgada e determinada. Mas conforme vamos subindo, essa disposição vai dando lugar ao cansaço, ao frio, a dor na perna. Você se pergunta, o que eu vim fazer aqui? E aquela parte da mente que tenta nos boicotar começa a se fazer presente: “volta”, “não tem que provar nada a ninguém”, “ainda dá tempo de voltar para o ônibus” e por ai vai. Mas eu não ia voltar, meu objetivo era ver um nascer do sol, e isso eu iria fazer.
E ai você começa a observar as luzes longe, bem acima de você e pensa: “eu vou ter que chegar ali?”, “é muito longe, nossa eu não vou dar conta”. E então, uma outra voz se fez presente em meu coração e apenas dizia: “concentre-se no chão, no caminho, não olhe para cima”. E esse foi meu mantra durante todo o trajeto. Olhe para frente, olhe por onde anda.
Você inicia a subida querendo acompanhar o grupo, fica com medo de ficar para trás, e se tiver animais que vão me atacar? E se eu me perder? E se.... e então, novamente escuto em meu coração, siga seu ritmo, confie. E eu deixei o grupo distanciar, sintonizei o meu compasso, parei, descansei, fiquei sozinha, pessoas chegaram, sentaram, conversaram, pessoas foram embora, eu fui embora, e esse ciclo se repetiu por muitas e muitas vezes até o cume.
Associei isso à vida, quantas vezes tentamos acompanhar grupos, mesmo que não tenham nada a ver comigo, nada a ver com meu caminhar, nada a ver com o meu ritmo, mas por medo de ser atacada, de ficar sozinha eu perco o folego e minha identidade apenas para pertencer.
Quando eu me permiti sentir o medo de ficar sozinha, mas mesmo assim enfrentar, eu percebi que sou mais corajosa do que imaginava e que na verdade novas pessoas sempre aparecem. SEMPRE.


Como tudo na vida que começamos, tinha muita empolgação, muita conversa, muitas risadas. Mas conforme fomos adentrando a montanha, as conversas foram diminuindo, as risadas também e a respiração ofegante começa a ser o som mais presente, além do silencio. E então, o que no início era um grupo, aos poucos vai se desfazendo, alguns avançam escuridão adentro e eu fui ficando, meus passos começaram a ser mais lentos e sempre observando o chão para ver onde andava, pois o terreno era propício para uma torção ou escorregar.
Na primeira parada de 1km eu ainda estava disposta, muito empolgada e determinada. Mas conforme vamos subindo, essa disposição vai dando lugar ao cansaço, ao frio, a dor na perna. Você se pergunta, o que eu vim fazer aqui? E aquela parte da mente que tenta nos boicotar começa a se fazer presente: “volta”, “não tem que provar nada a ninguém”, “ainda dá tempo de voltar para o ônibus” e por ai vai. Mas eu não ia voltar, meu objetivo era ver um nascer do sol, e isso eu iria fazer.
E ai você começa a observar as luzes longe, bem acima de você e pensa: “eu vou ter que chegar ali?”, “é muito longe, nossa eu não vou dar conta”. E então, uma outra voz se fez presente em meu coração e apenas dizia: “concentre-se no chão, no caminho, não olhe para cima”. E esse foi meu mantra durante todo o trajeto. Olhe para frente, olhe por onde anda.
Você inicia a subida querendo acompanhar o grupo, fica com medo de ficar para trás, e se tiver animais que vão me atacar? E se eu me perder? E se.... e então, novamente escuto em meu coração, siga seu ritmo, confie. E eu deixei o grupo distanciar, sintonizei o meu compasso, parei, descansei, fiquei sozinha, pessoas chegaram, sentaram, conversaram, pessoas foram embora, eu fui embora, e esse ciclo se repetiu por muitas e muitas vezes até o cume.
Associei isso à vida, quantas vezes tentamos acompanhar grupos, mesmo que não tenham nada a ver comigo, nada a ver com meu caminhar, nada a ver com o meu ritmo, mas por medo de ser atacada, de ficar sozinha eu perco o folego e minha identidade apenas para pertencer.
Quando eu me permiti sentir o medo de ficar sozinha, mas mesmo assim enfrentar, eu percebi que sou mais corajosa do que imaginava e que na verdade novas pessoas sempre aparecem. SEMPRE.






Eu não recebi nenhuma lei ou mandamento ali, na verdade eu quebrei minha tábua de mandamentos e me permiti iniciar uma nova forma de ser e sentir. A Fernanda que subiu não foi a mesma que desceu. A Fernanda que desceu deixou um peso de precisar ser alguém, de precisar provar ao mundo algum valor. Ela só se permitiu sentir seu próprio valor, eu sou algo para mim mesma, e o que vier a seguir será apenas reflexo desse meu ser e vou ter que arcar com o ônus e o bônus disso.
Foi uma comunhão com Deus, mas não o Deus de Moisés, aquele incisivo e bravo. O Deus que eu encontrei lá em cima é leve, é imensidão, é vida, é força e fé. Ele está em mim, e ali foi apenas o reflexo de sua beleza dentro de mim.
Ao descer, tenho a longa caminhada de colocar em prática tudo que senti e presenciei naquele lugar, porque é no dia-a-dia que experimentarei o que realmente aprendi ali.
Obrigada Fernanda por não desistir, por não sucumbir e por acreditar em mim!
Fernanda Priminini Russo - Psicoterapeuta Junguiana

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