top of page
Buscar

E se...

  • Foto do escritor: Fernanda Priminini
    Fernanda Priminini
  • 27 de jan.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 19 de mar.

Neste fim de semana fiz uma maratona do seriado Matéria Escura (Black Matter) na Apple+, e devo admitir que desde Dark (Netflix) eu não me empolgava tanto com um seriado. Eu gosto de seriados que nos fazem viajar, mas também que tem um fundamento psicológico, com uma pitada de auto reflexão.



E Matéria Escura é esse tipo de seriado, a pergunda "E se"... as escolhas que fazemos em nossas vidas definem nossa jornada aqui nesse planeta (incluindo nossa personalidade), e como temos dificuldade em nos responsabilizar por elas, o quanto não estamos satisfeitos com essas escolhas e como é difícil aceitar que uma vez feita essas escolhas, não há como voltar atrás, não há como resgatar o outro caminho.

Não vou dar spoilers, mas preciso falar um pouco sobre o seriado. Um professor (Jason Dessen) de uma universidade, casado com filhos, levando uma vida normal, sem grandes emoções e expectativas. A sua esposa (Daniela) uma artista plástica que teve que abdicar de sua profissão para cuidar de sua família, apesar de ainda trabalhar como curadora em uma galeria de artes. Até aí, nada diferente de milhões de vidas no Planetinha Terra. Mas, tudo muda quando Jason é sequestrado e vai parar em um outro lugar, com pessoas conhecidas, mas com vidas totalmente diferentes da que ele conhece, inclusive a sua, nesse lugar ele é um renomado cientista de Mecânica Quântica que construiu a "caixa de Schrodinger" (aquela teoria do gato vivo ou morto), e esse experimento muda a vida de todos ao seu redor.

O filme fala de múltiplos universos em que estamos existindo ao mesmo tempo, mas em cada universo há uma "eu" que tomou outro rumo, há cenários incríveis e há cenários catastróficos.

Para acessar esses universos é preciso entrar na tal caixa e portas são ativadas dando acesso aos universos paralelos.


A Caixa
A Caixa
Dentro da "caixa"
Dentro da "caixa"

Jason inicia sua jornada dentro da "caixa" com a psiquiatra Amanda (uma bela analogia ao set terapêutico), vejo Amanda também como sua Anima em diversos momentos, nesse mergulho ao inconsciente, ela auxilia em muitos momentos nessa retomada ao seus traumas, suas experiências de vida, situações profundas que já não se lembrava mais e que naquele momento era necessário para que a porta correta fosse aberta.

Cada escolha que fazemos em vida, tanto individual quanto no coletivo, impacta profundamente na porta em que vamos adentrar e como seremos nesse outro universo.

Uma das diversas mensagens desse seriado é: como estão seus pensamentos hoje? Será que você realmente se conhece?

A chave para adentrar aos mundos é o estado emocional e mental da pessoa que abre a porta (aliás eles aplicam Mindfullness), e é essa a parte mais interessante, porque por mais que a pessoa pense em coisas boas, o que mais impacta é o REAL estado mental e emocional dela, não tem como enganar a caixa, ela sabe quem é você, o que você está sentindo, seus medos, suas sombras(o que me lembrou as experiência com a medicina Ayahuasca). Não há ninguém escolhendo a porta para o Jason, apenas ele e suas lembranças, sua história, seu sentir.

Quando as escolhas que fazemos (e as que não fazemos) existem em algum plano de nosso inconsciente, e essas escolhas (ou a falta delas), interferem em nossa vida real, acreditamos que poderia ser diferente, vivemos atrás de "varinha mágica" que conserte o que acreditamos estar danificada, muitas vezes recusamos viver o hoje, acreditando que "uma hora as coisas vão melhorar", uma hora algo vai cair do céu, uma hora alguém vai me resgatar. E esquecemos que a única pessoa responsável pela vida terrena somos nós mesmo, quer gostemos ou não desse fato.


A vida em si já vale a pena, mas buscar por certeza e sucesso já faz com que tudo fique escuro, acreditando que no fim da estrada algo realmente incrível irá surgir. Esse filme me fez refletir que tudo o que temos já faz parte desse sucesso, o fato de estarmos tendo a oportunidade de trilhar o caminho já faz parte do trem chamado vida e cabe apenas a nós escolhermos com qual mentalidade e sentimento vamos abrir a próxima porta.


Com carinho,

Fer



 
 
 

Yorumlar


bottom of page