Nos tempos dos Incas - parte 1
- Fernanda Priminini
- há 5 dias
- 3 min de leitura
Atualizado: há 4 dias
Após uma breve estadia em Lima — que você confere nesse post — cheguei finalmente ao antigo Império Inca: Cusco (julho de 2025).
Cusco está situada a 3.226 metros de altitude, em um vale formado pelos rios Huatanay e Tullumayu, entre as cordilheiras Central e Oriental, que se estendem até as cordilheiras tropicais que abrigam a selva amazônica. Foi o centro do grande Império Inca e ainda conserva vestígios arqueológicos que revelam seu passado glorioso.
O nome original em quéchua — a língua falada pelos povos nativos — é Qosqo, que significa “umbigo do mundo”. No entanto, os espanhóis transformaram o nome em Cusco, pois não conseguiam pronunciar corretamente a língua dos incas.Diz-se que a cidade de Cusco possui o formato de um puma, uma das deidades incas.
Com a invasão espanhola, porém, nada foi poupado. Em 1534, Francisco Pizarro tomou posse do império inca de forma violenta.E, como era de se esperar, a primeira construção erguida pelos colonizadores foi a Catedral Católica, exatamente no local onde antes se erguia o Templo de Wiracocha.
Quer que eu prepare também uma versão mais narrativa e poética, como se fosse um post de viagem com atmosfera mística (mantendo os fatos, mas com alma e sensibilidade)?



Confesso que foi o local de que menos gostei durante o passeio — e, para completar, passei muito mal dentro da catedral. Não consegui acompanhar o guia, e também não é permitido tirar fotos lá dentro.A quantidade de ouro em todas as esculturas (roubadas dos incas, é claro) deixa evidente o motivo.
Apesar de a grande atração do Peru ser Machu Picchu — e sim, é realmente incrível —, existem muitos outros lugares que valem muito a pena conhecer.



Chinchero é um povoado do Valle Sagrado onde ainda persiste o trabalho manual de tingimento da lã de lhamas e alpacas. Todo o processo — da tosa à fiação — é feito à mão, incluindo o tingimento com produtos naturais, como limão e cochonilha. Em todos os lugares por onde passamos, somos recebidos com muito colorido, sorrisos e, claro, um chá de coca.
Aliás, uma particularidade de Cusco: por estarmos a quase 3.400 metros de altitude, a falta de ar é constante, assim como uma estranha “batedeira” no coração. O chá de coca ajuda a aliviar esses sintomas, pois é vaso e broncodilatador natural. Há também o chá de muña, que lembra a nossa hortelã.
Minha dica para enfrentar o mal da montanha: no primeiro dia, descanse.Nada de longas caminhadas ou de querer conhecer tudo de uma vez. O ideal é dormir bem, comer algo leve e tomar bastante líquido — incluindo os chás.
Na verdade, Cusco te convida a desacelerar, a entrar em um ritmo mais próximo da natureza, a se integrar ao meio, à cultura rica, colorida e vibrante.Percebi, ao longo dos dias que passei ali, que quanto mais nos permitimos movimentos lentos e leves — sem pressa, sem a necessidade de fotografar tudo o tempo todo — e apenas observamos, respiramos e sentimos o ambiente, o sol (que tem uma tonalidade única) e a brisa gelada das cordilheiras, mais profundamente conseguimos viver o que essa região tem a nos ensinar.

Para não me estender mais, vou dividir a visita ao Valle Sagrado.
Até o próximo post.
Com amor,
Fernanda Priminini
Comentários