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Quando o corpo se torna portal

  • Foto do escritor: Fernanda Priminini
    Fernanda Priminini
  • há 3 dias
  • 2 min de leitura

Ontem, 17 de agosto de 2025, tive a honra de presenciar a performance do dançarino de tribal Lukas Oliver (@lukasoliver.oficial).

Lukas Oliver
Lukas Oliver

Sentada no chão da sala de dança, vi quando ele iniciou movimentos suaves, quase tímidos, que logo se expandiram em improviso. Aos poucos, aquele espaço comum se abriu como um portal. Era nítido: em certo instante, Lukas deixou de dançar apenas por si. Ele se entregou a algo maior, algo que o atravessava e, em beleza, se manifestava em seu corpo. Reconheci ali uma força que só havia sentido antes em um show de Ney Matogrosso — a certeza de que estamos a serviço da Alma, e de que o corpo é seu único instrumento de expressão.

Cada pessoa manifesta essa força à sua maneira, mas alguns parecem nascer sem barreiras para ela. São corpos que se deixam atravessar. São presenças que, pela entrega, despertam em todos ao redor uma vibração quase sagrada. Ao final, não coube outra resposta senão as lágrimas — porque às vezes só elas conseguem traduzir o indizível.

Demorei a compreender como a arte nos atravessa. Onde cresci, ela não era celebrada. Participei de peças, de escolas de música e dança, mas era sempre algo protocolar, pouco incentivado. E eu, distante de mim mesma, não encontrei espaço para me conectar àquela história.

Hoje, aos 44 anos, sinto que posso, enfim, abrir esse espaço. Reconhecer a arte como portal para deuses e deusas da dança, da poesia, da vida. E compreendo que sem o corpo — sem a presença, sem o fluir que pulsa em cada célula — não há como experienciar com verdade essa potência que a todos pertence.


Lukas Oliver
Lukas Oliver

O talento de Lukas é raro. Seu dom único nos enfeitiça, nos hipnotiza, e nos inspira a buscar em nós essa mesma centelha, que ouso chamar de Deus em ação.

E ali compreendi: quando o corpo se torna portal, a arte deixa de ser apenas espetáculo e passa a ser experiência. Uma verdade que atravessa todos nós.


Obrigada, Lukas, pela coragem e pela consciência de estar inteiro no presente.


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Com amor,

Fernanda Priminini

 
 
 

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